"não quero mais da vida do que senti-la perder-se nestas tardes imprevistas, ao som de crianças alheias que brincam nestes jardins engradados pela melancolia das ruas que os cercam, e copados, para além dos ramos altos das árvores, pelo céu velho onde as estrelas recomeçam."
Saturday, December 11
permaneço no escuro, e apenas o escuro avisto. perdida nos lençóis, zumba-me no ouvido um tic-tac, tic-tac, tic-tac. a onomatopeia do meu relógio de pulso, que repousa sobre a cabeceira da cama. lá fora a mesma escuridão, mas uma escuridão diferente. perigosa e gélida, que oculta vultos e denuncia sombras, que vem de mãos dadas com o assombroso respirar do céu. vento, que me bate à janela, toc-toc-toc. enquanto que a infantilidade soterrada debaixo da cama se liberta, e vem ao colo do papão, abato-me em lágrimas, e perdidamente ranjo os dentes, terrificada. finalmente adormeço, heróica, o papão faz-me festas no cabelo, e o bater do vento na janela embala-me num sono profundo.
vou sonhar contigo.
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uma das minhas favoritas fotografias.
ReplyDeleteo teu, meu olhar.
amo-te, amo-te!