Wednesday, April 20

uma vista do alto do terraço.

(...) ó largos campos ao sol, o espectador, por quem só sois vivos, contempla-vos da sombra.
o movimento parado das árvores; o sossego inquieto das fontes; o hálito indefinível do ritmo íntimo das seivas; o entardecer lento das coisas, que parece vir-lhes de dentro a dar as mãos de concordânci espiritual ao entristecer longínquo, e próximo à alma, do alto silêncio do céu; o cair das folhas, compassado e inútil, pingos de alheamento, em que a paisagem se nos torna toda para os ouvidos e se entristece em nós como uma pátria recordada - tudo isto, como um cinto a desatar-se, cingia-nos, incertamente.
ali vivemos um tempo que não sabia decorrer, um espaço para que não havia pensar em poder-se medi-lo. (...)

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