Tuesday, July 26

às vezes pensamos que já não há dragões, que já não resta um valoroso cavaleiro, uma princesa deslizando por florestas misteriosas, encantando veados e borboletas com o seu sorriso. às vezes, pensamos que a nossa época enterrou as fronteiras e as aventuras. o destino é para além do horizonte; sombras reluzentes que passavam a correr há muito tempo e desapareceram. que prazer enganarmo-nos! princesas, cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura... não só existem aqui e agora como são as únicas coisas que sempre existiram na terra! no nosso século mudaram, claro, de roupa. os dragões usam hoje fatos governamentais e trajos de malogro e equipamento de tragédia. os demónios da sociedade guincham, caem rodopiantes sobre nós mal tiramos os olhos do chão se nos atrevemos a virar à direita numa esquina em que nos disseram para virar à esquerda. tão astuciosos se tornaram os aspectos exteriores, que as princesas e os cavaleiros podem não dar uns pelos outros, podem mesmo nem se reconhecer a eles próprios.

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