Wednesday, December 7

caio 3D

isso é o que se conta, o que se diz, o que se vê e não se vê, mas se imagina do Passo. de tudo, o mais real, salpicadas entre as quatro patas da aranha - no meio dos girassóis do leste, à beira dos lajeados ao sul, pelos descampados do norte e até mesmo entre os vãos mais sombrios das areias a oeste -, o que mais tem em qualquer tempo de seca ou aguaceiro, calorão ou friagem, são touceiras espesssas de guanxuma. por mais que o tempo passe e o asfalto recubra a polvadeira vermelha das estradas, transformando tudo em lenda e passado, por mais sujas e secretas as histórias sussurradas pelos bolichos, entre rolos de fumo preto e sacos de feijão, por mais que por vezes o tempo pareça não andar, ou andar depressa demais, quando as antenas da tv e as parabólicas começam a interferir entre o arco e a torre, exactamente por causa da planta, de dois males jamais sofreu, sofre ou sofrerá o Passo. de distúrbios estomacais, que chá de guanxuma é tiro e queda, nem pó acumulado, que os ramos servem para fazer vassouras capazes de assentar até mesmo a poeira daquele deserto próximo que sopra e sopra noite e dia sem parar e, dizem, dizem tanto, ai como dizem nesse Passo, nunca pára de crescer.

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