Sunday, May 6


É assim, a história do que era e não era, do que foi e do que se perdeu.
Eram dois corpos flutuantes, cujas almas giravam em torno uma da outra, como duas pontas de uma fita vermelha que se enlaçavam ao som do tempo. Eram almas semelhantes, a quem o futuro sorria, num mundo fantasioso e inexistente. Os seus traços, as suas formas quase que perfeitas cantavam uma bela melodia, uma sinfonia dos deuses, e os minutos passavam-se naquela dança harmoniosa. Eram a vida em pleno, quando juntos.
 Eram desconhecidos, anónimos à sociedade, viviam algures, nenhures. Não se sabe se amor, se obcessão doentia, mas aquelas duas almas estavam ligadas de qualquer inexplicável forma. Por muito que vagueassem solitárias, em algum ponto da sua viagem voltavam a encontrar-se. Nisto se passavam anos, quando numa qualquer tarde soalheira de verão a encontrava, paralisava, coincidência vê-la naquele mesmo lugar de há anos. Mas sejamos inocentes, aquelas duas almas abandonadas pelo tempo estavam destinadas.
Claro que isto não lembra a ninguém, mas é uma história.
Quando os corpos se tornavam um só, as almas alienavam, era o narcótico ideal. Mas nada disto passava de uma fantasia repugnante da imaginação destes dois. Assim seria sempre.
Como acabaria, se nunca chegou sequer a começar..? 

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