É assim, a história do que era e não era, do que foi e do
que se perdeu.
Eram dois corpos flutuantes, cujas almas giravam em torno
uma da outra, como duas pontas de uma fita vermelha que se enlaçavam ao som do
tempo. Eram almas semelhantes, a quem o futuro sorria, num mundo fantasioso e
inexistente. Os seus traços, as suas formas quase que perfeitas cantavam uma
bela melodia, uma sinfonia dos deuses, e os minutos passavam-se naquela dança
harmoniosa. Eram a vida em pleno, quando juntos.
Eram desconhecidos,
anónimos à sociedade, viviam algures, nenhures. Não se sabe se amor, se
obcessão doentia, mas aquelas duas almas estavam ligadas de qualquer
inexplicável forma. Por muito que vagueassem solitárias, em algum ponto da sua
viagem voltavam a encontrar-se. Nisto se passavam anos, quando numa qualquer
tarde soalheira de verão a encontrava, paralisava, coincidência vê-la naquele
mesmo lugar de há anos. Mas sejamos inocentes, aquelas duas almas abandonadas
pelo tempo estavam destinadas.
Claro que isto não lembra a ninguém, mas é uma história.
Quando os corpos se tornavam um só, as almas alienavam, era
o narcótico ideal. Mas nada disto passava de uma fantasia repugnante da
imaginação destes dois. Assim seria sempre.
Como acabaria, se nunca chegou sequer a começar..?
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