Tuesday, July 3

e pergunto, ao que me resta de consciente nesta série confusa de intervalos entre coisas que não existem, de que me serviu encher tantas páginas de frases que acreditei como minhas, de emoções que senti como pensadas, de bandeiras de pendões de exércitos que são, afinal, papéis colados com cuspo pela filha do mendigo debaixo dos beirais. 
pergunto ao que resta de mim a que vêm estas páginas inúteis, consagradas ao lixo e ao desvio, perdidas antes de ser entre os papéis rasgados ao destino. 
pergunto, mas prossigo. escrevo a pergunta, embrulho-a em novas frases, desmeado-a de novas emoções. e amanhã tornarei a escrever, na sequência do meu livro estúpido, as impressões diárias do meu desconvencimento com frio. 

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