para quem do sonho faz vida, o primeiro passo não é mais do que isto. 
uma complexidade imediata às sensações do mais simples e fatal, o gozo que o sentir dá, é enterrar o consequente sofrimento que sentir traz.
apraz-me por vezes, deixar-me levar pelo sentido inútil que o sentir pode  tomar. apraz-me a nulidade da alma, quando me é apercebida a luxúria de espírito em que passo os dias. no sentir.
é imoral, o sentir, diminui aos olhos de outros a minha personalidade, banaliza-me. como uma criança que pára de correr, arrastando-se pelo chão da sala com um peso no coração, como que se haviam riscado um fósforo no seu estofo sensível e de vermelhos vivos. 
que manhã esta, que desperta para a estupidez da vida, e para a ternura dela. o sentir. 
a nostalgia do que já foi a segurança do não sentir, a cor da noção do desconhecido, a realidade manufacturada.
ironia do destino.
a tentativa de não perecer na libertação ignóbil, o sentir, de nada vale se não viver o mais intenso dos sonhos. 
é tudo, e chamamos-lhe nada.
 
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