Tuesday, January 18

A artificialidade de uns serve de gozo a outros. É fruto da civilização e constante em sociedades. Já a naturalidade serve-se de poucos.
Demoro-me a escrever, e entre vagos sentidos e meias expressões embalo-me como a morte embala a vida: sem segundas hipóteses ou últimas sentenças. Mas em cada grande homem há um grande propósito, e eu sendo pequena escrevo apenas. Com naturalidade flutuo em sensações, vislumbrando os poros da humilde continuidade da sincronização de coração. Plural. Começo a sós comigo a buscar a extensão de tantas coisas idas, e pesadamente vejo-me em velocidade contra o chão. Um raio de vaga luminosidade repentinamente atravessa-me a mente como por entre sulcos de madeira negra e podre, como uma afiada agulha. Heroicamente não se desvaneceu e, curiosamente amorteceu-me a queda. Foi um instante, e vi as sensações coladas nesse instante. Histeria embriagada de artificialidade pura.
Ao menos estivesse a sonhar.

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