Thursday, February 21

se o meu corpo diz coragem.. volto a partir em paz. 

já não escrevo há que tempos. não por falta do que dizer, mas por falta de como dizer.
no fundo, somos almas perdidas à mercê do seu próprio destino, se é que haverá tal. deixamo-nos ir tão embalados nessa corrente que nunca imaginamos que a fatalidade está pronta a qualquer momento para arruinar a história. habituamo-nos às rotinas, à dormência do que é o não sentir, só pela segurança que nos traz. sem nunca reflectir no tempo gasto em vão, sem nunca idealizar mais, sonhando que, talvez um dia, as coisas mudem. somos fracos, dotados de toda a razão e sabedoria quanto queiramos e limita-mo-nos a percorrer estradas poeirentas sem qualquer rumo ou incerteza. e a incerteza, o desconhecido, é o que dão paixão à vida! o medo que errar, a ansiedade no momento antecedente ao toque, ao cheiro; a união de dois corpos desconhecidos e ainda assim tão apaixonados..
pensar que ia doer abandonar o passado, mas é a sensação de alívio mais genuína que alguma vez senti. e assim, fui deixando e enterrando todos os fantasmas da minha gasta história de conto de fadas pútrido, e abraço agora um novo começo.
tudo parece ganhar cor novamente, sinto-me viva. melancólica sempre, mas viva.

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