Monday, March 4

a vida devia ser um filme e nós os realizadores. sentados numa cadeira, a ver tudo a passar diante dos nossos olhos e a decidir o mais ínfimo movimento muscular dum qualquer actor secundário. tudo ao nosso agrado, as palavras que diríamos, os gestos de teríamos, opiniões recusadas pelo megafone segurado firmemente na mão direita, e assim prosseguia o espectáculo. porque às vezes apetece-nos estar a sós connosco e o mundo, e tudo o resto uns actores bem pagos para desempenhar o seu papel.
bom, a realidade é bem diferente, nós somos os actores secundários e o que decidimos é quase tão somente os nossos próprios gestos e palavras... às vezes consegue ser tão solitário como ser o realizador. são perspectivas diferentes de um mesmo caminho, podemos ter nós o discernimento e errar até conseguirmos acertar um dia, ou ter tudo predefinido e não ter sequer a desilusão ou o contentamento, o amor ou o ódio, a paz de alma ou a inquietude. e só por isso, ser um actor secundário já vale a pena. 


e este tempo chuvoso que parece vir p'ra ficar só traz desejos de verões quentes.

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